7 de out. de 2008

A graça é resistível... Até não ser mais


Texto de John Piper extraído do blog Desiring God.
Tradução própria (Vinícius Pimentel).

. . Aprenda a sua doutrina de textos. Ela fica melhor assim, e alimenta a alma. Por exemplo, aprenda Graça Irresistível a partir de textos. Desse modo você vai ver que ela não significa que a graça não possa ser resistida; significa que, quando Deus escolhe, Ele pode e vai vencer essa resistência.
. . Em Isaías 57: 17-19, por exemplo. Deus castiga seu povo rebelde ferindo-os e ocultando seu rosto deles: “Por causa da sua cobiça perversa fiquei indignado e o feri; fiquei irado e escondi o meu rosto” (v. 17).
. . Mas eles não responderam com arrependimento. Pelo contrário, eles continuaram se desviando. Eles resistiram: “Mas ele continuou extraviado, seguindo os caminhos que escolheu." (v. 17). Então a graça pode ser resistida. De fato, Estevão disse para os líderes judeus, “vocês sempre resistem ao Espírito Santo!" (Atos 7: 51).
. . O que Deus faz então? Ele é impotente para levar aqueles que resistem ao arrependimento e integridade? Não. O próximo versículo diz: “Eu vi os seus caminhos, mas vou curá-lo; eu o guiarei e tornarei a dar-lhe consolo" (v. 18).
. . Assim, em face do teimoso, do desviado resistente à graça, Deus diz, "vou curá-lo”. Ele irá "restaurar", a palavra é "tornar inteiro ou completo”. Termo que está relacionado com a palavra shalom, paz. Plenitude e paz são mencionadas no próximo versículo, o qual explica como Deus converte um desviado resistente à graça.
. . Ele faz isso "criando louvor nos lábios". “‘Paz, paz, [Shalom, Shalom] aos de longe e aos de perto’, diz o Senhor. ‘Quanto a ele, eu o curarei’”. (v. 19). Deus cria o que não estava lá. Esta é a forma como somos salvos. E esta é a forma como somos impedidos de desviar. A graça de Deus triunfa sobre a nossa resistência criando louvor onde ele não existia.
. . Ele traz shalom, shalom aos de longe e aos de perto’. Plenitude, plenitude aos de longe e aos de perto’. Ele faz isso por "restaurar", ou seja, substituir a doença da resistência com a solidez da submissão.
. . O ponto de graça irresistível não é que não podemos resistir. Nós podemos e fazemos. O ponto é que, quando Deus escolhe, ele supera a nossa resistência e restaura um espírito submisso. Ele cria. Ele diz: "Que haja Luz!" Ele cura. Ele conduz. Ele restaura. Ele conforta
. . Por essa razão, nós nunca nos vangloriamos de termos deixado de desviar. Nós nos prostramos perante o Senhor e com alegria temerosa lhe agradecemos pela sua graça irresistível.

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Cristão Reformado disse...

Ótima tradução Vini, lança uma luz maravilhosa sobre a Graça Irresistível.

Vou te ser sincero, só comecei a entender o Calvinismo de uns tempos pra cá, apesar de ser calvinista a 4 anos, só de um ano pra cá é que comecei a entender melhor as doutrinas da graça.

Infelizmente muitos, mas muitos mesmo, calvinistas a meu exemplo não compreenderam a doutrina no todo, e se atêm aos decretos de Deus, como se os conhececem.

De forma parecida, os arminianos erram quando colocam os eleitos no mesmo patamar do repróbos, pois realmente os repróbos resistem a graça, mas simplesmente porque foram rejeitados por Deus, enquanto aos eleitos o Senhor em Graça e misericórdia vence essa resistência natural.

O Piper é um dos poucos calvinistas atuais, me refiro aos que estão sempre presentes na mídia, que apresentam com clareza o calvinismo.

Em Cristo,

Ednaldo.

Davi Luan disse...

Vini, top player!
"Não temas, porque eu te remi, chamei-te pelo teu nome, tu és meu"!

... disse...

como dizia John Newton Amazing grace

Romanos 9.11-24: "Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? Que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?"

Anônimo disse...

Ednaldo e Vini,

O problema, como levanta o Piper, é que não cosntruímos nossas teologias a partir de textos bíblicos, mas arrigementamos textos-provas para nossos pressupostos.

E creio também que a terminologia não ajuda muito. "Graça irresistível" não significa outra coisa que não graça que não pode ser resistida. Eu prefiro o termo "graça invencível". Outro expressão "expiação limitada" está muito sujeita a má compreensão. Sem falar de "depravação total".

O que precisamos é, a partir dos textos bíblicos rever, não o conteúdo, mas a expressão da nossa fé. Piper faz isso magistralmente.

Em Cristo,

Clóvis

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Muito obrigado pela leitura e pelo comentário,

"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."
Agostinho de Hipona


Voltemos juntos ao Evangelho,
Vini